segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Este blog não mora mais aqui.

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quinta-feira, 1 de julho de 2010

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Lançamento do livro um pau-de-arara para Brasília, 27 de maio, quinta feira, das 17 às 19h, na Biblioteca Demonstrativa, W3 Sul 506/507

Leitores e leitoras:
Convi-@as para o lançamento de meu livro Um pau-de-arara para Brasília.
Dia 27 de maio, quinta-feira, na Biblioteca Demonstrativa de Brasía, das 17h às 19h, com apresentação da dupla de repentistas Chico de Assis e João Santana.
O lançamento será feito em cima de um caminhão, para lembrar os primeiros tempos de migração para Brasília e terá leitura de trechos do livro.
A Biblioteca Demonstrativa de Brasília fica na W3 Sul 606/507
Para este lançamento, contei com o patrocínio do Sindilegis, da Alesfe, da ArcoIris Distribuidora de Livros, da Casa de Autores e do Candido Calazans/Exatas (curso de pré-vestibular e pré-pas).
 
João Bosco Bezerra Bonfim







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segunda-feira, 10 de maio de 2010

folhetodecordel, agora em página própria

Encontre atualizações do folhetodecordel em www.folhetodecorde.com.br


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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Vaqueiro Voador entre os 50 Brasília escritos sobre Brasília, do Correio Braziliense

O Correio Braziliense publicou, em 2 de maio de 2010, uma matéria intitulada Brasília em 50 escritos, assinada por Marina Severino.

 

Um dos 50 escritos é o Romance do Vaqueiro Voador. Abaixo, transcrevo a introdução da matéria e a parte que fala do meu livro.

 

A literatura sobre Brasília registra momentos anteriores à concepção. Desde o século 19, os ideais de interiorização da capital brasileira ecoavam em estudos, debates políticos e sonhos — o de Dom Bosco, mesmo que nublado, aqueceu os idealistas, enquanto Olavo Bilac, de forma incisiva, incentivava em 1905 a exploração de riquezas no interior do país.
Dos anseios modernistas e críticas à saga de Kubitschek no Planalto Central, Brasília surge em ensaios, poemas, romances e discursos como símbolo do futuro nacional. Depois de inaugurada, é descrita por visitantes como capital da solidão, marcada pelo contraste do concreto com a terra vermelha. Entre os ilustres, Clarice Lispector, Iuri Gagarin, Nelson Rodrigues e Simone de Beauvoir expressaram o choque causado pela magnitude da construção à primeira vista.
De dentro para fora, pioneiros exibiram, a partir de 1960, o lado cotidiano da construção, a movimentação na Cidade Livre e na Vila Planalto e o ritmo ainda calmo das asas Sul e Norte, seguidos de denúncias sobre a falta de segurança e abismo social que surgiu da explosiva lotação das cidades satélites.
Plural e poética, a literatura sobre Brasília serve ainda a novos visitantes, uma geração que a enxerga urbana, com o ritmo apressado das grandes cidades e o diferencial de representar, em um mesmo espaço, as mais variadas nuances da identidade nacional.
(...)

Romance do Vaqueiro Voador, de João Bosco Bezerra Bonfim
Em formato de literatura de cordel, a narrativa apresenta um retirante que trabalhou na obra das torres do Congresso Nacional. Durante um dia de trabalho, o "vaqueiro endiabrado/ Vaquejando no cimento" cai do alto da construção, de onde até hoje se pode ouvir seu lamento sofrido.

 

A matéria completa pode ser vista em: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/05/02/diversaoearte,i=190052/BRASILIA+EM+50+ESCRITOS.shtml

 
João Bosco

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sexta-feira, 30 de abril de 2010

O Edital Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 será publicado no mês de maio


O Edital Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 – Edição Patativa de Assaré será publicado no mês de maio. Serão contempladas 200 iniciativas culturais vinculadas à criação e produção, pesquisa, formação e difusão da Literatura de Cordel e linguagens afins, como a xilogravura, o repente, o coco e a embolada. Em breve, as informações sobre a seleção pública - que contará com recursos de R$ 3 milhões - estarão disponíveis no site do Ministério da Cultura, no link Editais, e na página eletrônica do Programa Mais Cultura.
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terça-feira, 27 de abril de 2010

BOLSAFUNARTEDECIRCULAÇÃO LITERÁRIA

1 edital

Publicado no

Diário Oficial da União em 12 de abril de 2010

EDITAL

Bolsa Funarte de Circulação Literária

O Presidente da Fundação Nacional de Artes – Funarte, no uso das atribuições que lhe confere o inciso V do artigo 14 do Estatuto aprovado pelo Decreto nº. 5.037 de 7/4/2004, publicado no DOU de 8/4/2004, torna público o presente

Edital Bolsa Funarte de Circulação Literária.

1. DO OBJETO

1.1. Constitui objeto deste edital fomentar a promoção e difusão da literatura no âmbito nacional, exclusivamente nos Territórios da Cidadania, a partir da concessão de

bolsas a projetos que ofereçam, uma ou mais atividades, a saber: oficinas, cursos, contação de histórias e/ou palestras.

1.2. Os projetos concorrentes não sofrerão quaisquer restrições quanto à temática abordada.

1.3. O Programa Territórios da Cidadania tem por objetivo promover e acelerar a superação da pobreza e das desigualdades sociais no meio rural, inclusive as de gênero, raça e etnia, por meio de estratégia de desenvolvimento territorial sustentável que contempla: integração de políticas públicas com base no planejamento territorial; ampliação dos mecanismos de participação social na gestão das políticas públicas de interesse do desenvolvimento dos territórios; ampliação da oferta dos programas básicos de cidadania; inclusão e integração produtiva das populações pobres e dos segmentos sociais mais vulneráveis, tais como trabalhadoras rurais, quilombolas, indígenas e populações tradicionais; valorização da diversidade social, cultural, econômica, política, institucional e ambiental das regiões e das populações.

1.4 Os projetos serão executados , imediatamente após o pagamento da bolsa, durante 6 meses.

2 –

DAS CONDIÇÕES

2.1. Poderão concorrer à bolsa pessoas físicas maiores de 18 (dezoito) anos, brasileiros natos ou naturalizados e estrangeiros residentes no país há mais de 3 (três) anos.

2.2. Os proponentes só poderão inscrever 1 (um) projeto.

3. DOS IMPEDIMENTOS

3.1. O proponente contemplado com a Bolsa Funarte de Circulação Literária não poderá acumular nenhum outro prêmio ou bolsa da Funarte no exercício de 2010.

3.2. É vedada a inscrição neste Edital de membros da Comissão de Seleção, de servidores da Funarte ou de servidores do MinC e seus respectivos terceirizados.

4 – DAS INSCRIÇÕES

4.1. As inscrições serão gratuitas, restritas a pessoas físicas, e estarão abertas no período de até 45 (quarenta e cinco) dias após a publicação deste Edital no Diário

Oficial da União.

4.2. As inscrições deverão ser postadas somente pelo correio (SEDEX ou carta registrada) em um único envelope, lacrado, desconsiderando-se aquelas apresentadas de forma diversa, contendo os seguintes documentos:

* Este texto não substitui o publicado no D.O.U.

2 edital BOLSA FUNARTE DE CIRCULA ÇÃO LITE RÁRIA

4.2.1. Formulário de inscrição impresso, devidamente preenchido e assinado pelo proponente, conforme modelo disponível no Portal das Artes - www.funarte.gov.br

4.2.2. 02 (duas) vias do projeto, encadernadas separadamente contendo: apresenta

ção, objetivo, justificativa, cronograma, produto final da proposta a ser desenvolvida e texto de sua autoria.

4.3. Cada via encadernada do projeto deverá conter até no máximo 10 páginas, com fonte Times New Roman, tamanho 12, espaçamento simples.

4.4. O material referente às inscrições deverá ser enviado para o seguinte endereço:

Prêmio Funarte de Circulação Literária

Rua da Imprensa, 16 – Protocolo

Palácio Gustavo Capanema

Centro – Rio de Janeiro, RJ

CEP: 20030-120

4.5. Serão desconsideradas as inscrições apresentadas de forma diversa da descrita nos itens anteriores.

4.6. O projeto deverá ser entregue na íntegra, não sendo admitidas alterações ou complementações posteriores à entrega.

5 – DASELEÇÃO

5.1. Os projetos inscritos serão avaliados em 03 (três) etapas:

a) Etapa 1 - Habilitação dos projetos;

b) Etapa 2 – Avaliação da Comissão de Seleção;

c) Etapa 3 - Análise documental

5.2. Da habilitação dos projetos: triagem, de caráter eliminatório, coordenada pela

equipe do Centro de Programas Integrados, com o objetivo de verificar se o proponente cumpre as exigências previstas neste Edital para inscrição.

5.3. Da avaliação da Comissão de Seleção: avaliação, de caráter classificatório, de

todos os projetos habilitados na etapa 1 - triagem.

5.4. Da análise documental: verificação, de caráter eliminatório, da situação fiscal e

documental dos proponentes contemplados.

5.5. Todos os projetos que não se enquadram no objeto da bolsa, de acordo com análise da Comissão de Seleção, serão desconsiderados pela mesma durante a etapa 2.

6. DOS CRITÉRIOS DESELEÇÃO

6.1. Os projetos serão avaliados conforme os seguintes critérios:

CRITÉRIOS

PONTUAÇÃO

Criatividade e inovação – originalidade das ações e busca de novas práticas e relações no campo cultural

0 a 30

Relevância cultural – valor simbólico, histórico e cultural das ações e manifestações culturais e artísticas envolvidas.

0 a 35



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terça-feira, 20 de abril de 2010

Fwd: Romance do Vaqueiro Voador no Canal Brasil nesta terça-feira, 20 de abril de 2010

 

Romance do Vaqueiro Voador no Canal Brasil nesta terça-feira, 20 de abril de 2010

 

22:00

Romance do Vaqueiro Voador  Ano: 2008 |  País: Brasil

Diretor:  Manfredo Caldas
Elenco:  Luis Carlos Vasconcelos

Inspirado no poema de João Bosco Bezerra Bonfim, a produção recria, utilizando elementos ficcionais, o universo mítico do nordestino, partindo do questionamento sobre quem seria o homem morto ao despencar de um andaime numa Brasília ainda em construção.

 

 

O vôo do Ícaro do sertão

Vladimir Carvalho

reflete sobre forma e

conteúdo de O romance

do vaqueiro voador,

em cartaz na cidade

VLADIMIR CARVALHO

ESPECIAL PARA O CORREIO

Apropósito de O Romance do Vaqueiro

Voador, filme que acaba de estrear no

circuito comercial em Brasília, ocorreume,

logo que o assisti ano passado, o

que à primeira vista pode parecer rematada extravagância:

fosse nosso contemporâneo o pintor

flamengo Pieter Brueghel, o Velho, o tema da

construção de Brasília não escaparia à sua palheta

tão chegada aos escancarados espaços e

às gentes que nele circulam. Aqui ele poderia

trocar de inspiração e em vez de se inspirar em

Hyeronimus Bosch procuraria um outro quase

homônimo, o João Bosco, autor do cordel que

deu margem ao filme de Manfredo Caldas.

Logo em sua abertura magnificente, com os

créditos de apresentação de Fernando Pimenta,

senti-me planar junto com a câmera, flutuando

com ela sobre a Esplanada dos Ministérios

e o cenário em sua volta. E, tomado pela

vertigem do movimento e da música impactante

de Marcus Vinícius, experimentei a sensação

de reencontrar a obra do mestre renascentista

que quase sempre abarcava com a vista

do alto os seus temas como se os sobrevoasse

até os difusos horizontes. Mas, olhados mais

de perto no foco desses plongês, se viam as cenas

que flagrava, cheias de movimento e intenções,

de figuras prestes a se mexerem para o

deleite de uma invisível câmera de filmar. Assim

são as suas telas célebres como o Porto de

Nápoles, A Colheita do feno,A Torre de Babel,A

Luta de carnaval e Quaresma ou a apavorante

O Triunfo da Morte, aterradora "panorâ

á havia esquecido o pintor com relação ao

Vaqueiro voador, quando revendo o filme e relendo

o longo e tocante poema de João Bosco

Bonfim, tornou-me a baixar o fantasma de

Brueghel e dessa feita mais explicitamente. É

que casualmente decifrei nos versos do cordel

o nome Oraci, um dos apelidos do Vaqueiro,

que lido ao contrário é Ícaro, justo o tema do

holandês na fabulosa Paisagem com a queda

de Ícaro, quadro que tem a mesma e característica

visão do alto a contemplar a condição e a

faina humanas, alimentadas de sonho e utopia.

E aí associei essas ilações à estratégia poética

adotada por Manfredo Caldas e seu co-roteirista

Sérgio Moriconi para traduzir no cinema

a narrativa literária. Ele sobrevoa com sua câmera

em plongê os amplos espaços da grande

urbe já construída e movimentada, prenunciando

o assunto que persegue, até descer

vertiginosamente em mergulho e aterrissar

nas tensões da tragédia que vai contar.

Nesse lance, primeiro procede sorrateiro como

se cercasse a caça à maneira do gavião

que a espreita do alto antes do bote final. Essa

é a primeira manifestação de uma "forma" de

que Manfredo se acerca e termina por se

apossar por inteiro no transcurso do filme,

como se aos poucos fabricasse a carnadura

que vai encobrir e visibilizar o esqueleto de

um duro e implacável conteúdo.

Nunca antes Manfredo foi tão obsessivo no

encalço de sua expressão. Diferente do seu

primeiro filme de longa duração, Uma questão

de terra, Vaqueiro voador está longe de ser um

registro puramente documental, radicalmente

fiel à tradição do gênero que procurava no real

a sua razão de ser e quando, mais do que tudo,

era ao chamado conteúdo que se dava mais

atenção. No caso em tela, não. É a busca obstinada

de um modo particular de "dizer", de expressar-

se na língua do cinema que importa. E

aqui ele claramente faz a corte à forma como

se ela existisse por si só, e em si, separada do

seu conteúdo, como se dirigindo a uma musa

difícil de conquistar. Nesse sentido, Vaqueiro

Voador é um salto na carreira de Manfredo,

quase uma ruptura drástica.

Vale a pena sublinhar também o feliz domínio

do tempo da narrativa fazendo-a inflectir

no momento exato em que ficção e documentário

definitivamente se acoplam, ensejando a

esperada modulação. Essa curva de ascensão

leva o filme até a sua culminância catártica,

quando o drama do indivíduo e a tragédia dos

trabalhadores se tornam praticamente simbióticas.

Na barbearia, diante de meridiana verdade

pode-se dizer sem medo de estar sendo tosco,

que o filme faz barba, cabelo e bigode. O serviço

é completo. Sob os cuidados do fígaro suburbano,

os depoimentos sobre a chacina, muito bem

 

duram pouco mais de 10 minutos, levando o filme

ao pico máximo, alçando vôo derradeiro e

arremetendo com toda força para o desenlace,

após o que alcança a conseqüente ressaca como

que acordando das profundezas do transe. Nunca

antes de Raimundo (ou Oraci?) precipitar-se

como um ícaro sertanejo no vazio de discutível

suicídio. Nessa altura o rotativo vem subindo e a

música faz a "festa" até o final, narradora e participativa

como foi desde o início.

VLADIMIR CARVALHO É DOCUMENTARISTA

 

Crônica da Cidade

CONCEIÇÃO FREITAS // conceicao.freitas@correioweb.com.br (cartas: SIG, Quadra 2, Lote 340 / CEP 70.610-901)

 

O VAQUEIRO

VOADOR

SUMIU

Uma semana, uma única semana,

foi o tempo em que O romance do vaqueiro

voador ficou em cartaz. Até as

poltronas acolchoadas do cinema devem

ter se sentido incomodadas com

o documentário de Manfredo Caldas,

baseado no texto de João Bosco Bezerra

Bonfim. Afinal, o filme pega a

contramão da história oficial da construção

de Brasília e, miticamente,

fala do destino ingrato que chamou

para o Planalto Central uma imensidão

de migrantes nordestinos, sugou-

lhes a força de trabalho e os deixou

voar de um andaime de um prédio

em construção.

Não tive tempo de ver o filme, até

podia ter tido, soubesse que ficaria

em cartaz somente uma e protocolar

semana. Mas li o texto de João Bosco,

a sinopse do filme e a crítica de Luiz

Carlos Merten, no seu blog no portal

www.estadao.com.br. Diz Merten

que assistiu ao filme sozinho numa

sala de São Paulo: "O romance do vaqueiro

voador é um filme de difícil

classificação. Não é um documentário

tradicional nem uma ficção (…)

Mas o fato de ser difícil de enquadrar

torna mais bela a história que também

não se encaixa na historiografia

oficial, e tanto que foi apagada". O

crítico diz que O romance... é um "ensaio

poético, um poema filmado,

uma colagem de imagens distintas".

O poema que inspirou o filme foi

publicado em 2004, numa edição

também feita de colagens. Num tamanho

extragrande (quase o dobro

de um Aurélio), mas com apenas 44

páginas, o livro junta gravuras de

Abrão Batista com imagens de Vladimir

Carvalho (do filme Brasília segundo

Feldman) e fotografias do Arquivo

Público.

Diz o poema de João Bosco que

em noite de lua quem se aproximar

da Esplanada dos Ministérios há de

ouvir uma voz que ecoa entre os

blocos. "Que segredo esconde/Essa

aparição medonha/Será milagre de

Deus?/Será alguma peçonha?,/Se

quer saber então ouça/Nâo faça cerimônia".

Quem prefere guardar no peito e

na memória a idéia de que a construção

de Brasília foi uma epopéia imaculada

e de heróis invencíveis, sugiro

que pare por aqui. O poema vai dizer

que não foi bem assim.

O que aconteceu com o vaqueiro

voador foi o seguinte, nos dirá o poeta:

"Era janeiro primeiro/Nos idos

anos cinqüenta/Quando voou um

vaqueiro/De altura sem tamanho/

Espatifou-se no chão/Teve da

vida o desengano".

Quem teria sido o infeliz voador?

"Sobrenome ele não tinha/Era Oraci

Vaqueiro/Ou fosse Raimundo Nonato,/

Quem sabe Tonho ou Joaquim?/

Nome é o que menos conta/

Para quem morre assim."

Vaqueiro Voador nem enterro teve,

foi jogado nos alicerces de algum

dos ministérios. Desde então, toda

lua traz a cantiga lamentosa do peão.

E "o que no princípio era medo,/Tornou-

se consolação,/Todos esperavam

a lua/Para ouvir aquela canção/

Que era triste e lamentosa/Mas

falava ao coração".

 

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Lançamento de O Lobo-Guará de Hotel, dia 18 de abril, 16h, na Praça de Vidro do Taguatinga Shopping






Lançamento do livro Lobo-Guará de Hotel, que ocorrerá dia 18 de abril, na Praça de Vidro do Taguatinga Shopping.
Nesse dia, estaremos comememorando, também, o Dia Nacional do Livro Infantil e o Dia de Monteiro Lobato;
O lançamento tem o apoio da Arco-Iris Distribuidora de Livros, Casa de Autores e as vendas serão feitas pela Livraria Leitura.
Abraços.
Conto com todos lá.
João Bosco Bezerra Bonfim


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quarta-feira, 24 de março de 2010

Apresentação e debate do filme "O romance do vaqueiro voador",


Apresentação e debate do filme "O romance do vaqueiro voador", com a presença do diretor Manfredo Caldas e de João Bosco Bezerra Bonfim, autor do cordel que inspirou o filme, 25 de março, às 19h, Auditório do TEL, UnB.
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Programa Nacional de Bolsas para Autores com Obras em Fase de Conclusão


24 de fevereiro de 2010

Programa Nacional de Bolsas para Autores com Obras em Fase de Conclusão

Inscrições até 31 de março


Atualizado em 01 de março de 2010

Com o objetivo de incentivar a criação literária nacional, a Fundação Biblioteca Nacional concede Bolsas para Autores com Obras em Fase de Conclusão. Em reconhecimento à qualidade literária e técnica de seus textos, esta concessão de bolsas visa a estimular o escritor a concluir obra de sua autoria.

Confira o edital e os anexos

Mais informações:  (21) 2220-1987 / Georgina Staneck



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terça-feira, 23 de março de 2010

Eu e o Vaqueiro Voador estaremos no I Colóquio Internacional sobre Poéticas da Oralidade

I Colóquio Internacional sobre Poéticas da Oralidade
24 a 26 de março de 2010, na UnB, Brasília

Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, da Universidade de Brasília, tem o prazer de convidar a tod@s para participar do 1º Colóquio Internacional sobre Poéticas da Oralidade - Cordel: uma tradição que se refaz, que ocorrerá nos dias 24, 25 e 26 de março de 2010, na UnB.

Para realizar sua inscrição, contate-nos pelo emailcoloquiocordel@gmail.com ou dirija-se ao Departamento de Teoria Literária e Literaturas – UnB.

Proposta
O que se entende por literatura é muitas vezes pautado apenas pela tradição literária escrita, ou seja, o livro, o que limita o acesso às demais linguagens e suportes que a literatura pode possuir. Para além da desvalorização da oralidade no contexto da literatura, ainda há a desqualificação de poéticas ditas populares, como é o caso da literatura de cordel.

O 1º Colóquio Internacional sobre Poéticas da Oralidade se coloca na contramão destas percepções. Reunindo alguns dos(as) mais importantes pesquisadores(as) de diferentes instituições do Brasil e do exterior, o colóquio pretende expandir a compreensão do fenômeno literário para além do livro impresso, refletindo, também, sobre a sua função social.

Serão três dias de conferências e debates sobre o estatuto literário do cordel, envolvendo a discussão sobre os novos paradigmas de estudo dessa manifestação artística, bem como sobre os deslocamentos de uma tradição que vem se apropriando de diferentes suportes de publicação para perpetuar-se.


PROGRAMAÇÃO

24/3
Local: Auditório da Reitoria
14h30 - Conferência de abertura

Tradições que se refazem
Ria Lemaire (Universidade de Poitiers – França)
Mediação: Bruna Paiva de Lucena (UnB)


25/3
Local: Auditório da Biblioteca Central
9h às 12h – Mesa redonda
Cantorias e repentes

Francisca Pereira dos Santos (UFC- Cariri)
"Cantadoras-repentistas do século XIX: a construção do território feminino na cantoria e no repente"

Luciana Eleonora de Freitas Calado Deplagne (UnB)
"Gênero em 'desafio': das trovadoras provençais às repentistas nordestinas"

João Miguel Sautchuk (UnB)
"A poética cantada: investigação das habilidades do repentista nordestino"

Andrea Betânia da Silva (UFBA)
"Os festivais e a rota da oralidade: uma tradição que se refaz"

Mediação: Robson Coelho Tinoco (UnB)

Local: Auditório da Biblioteca Central
14h30 às 18h – Mesa redonda
Cordel em diferentes suportes e linguagens

Bruna Paiva de Lucena (UnB)
"A Coleção Biblioteca de Cordel, ou o cordel vestido de livro"

Sylvie Debs (Adida de Cooperação e Ação Cultural da Embaixada da França em Belo Horizonte/ Universidade de Strasbourg – França)
"O poder de denuncia do Cordel no Cinema: O romance do vaqueiro voador de João Bosco Bezerra Bonfim e Manfredo Caldas"

Jeová Franklin
"Sobre a xilogravura popular nordestina"

Luciany Aparecida Alves Santos (UFPB)
"Migração nordestina e literatura de cordel: deslocamentos e construções identitárias"

Mediação: Paulo Thomaz (UnB)


26/3
Local: Auditório da Biblioteca Central
9h às 12h – Mesa redonda
Cordelistas e editores

Joseilda de Sousa Diniz (Universidade de Poitiers – França/Archivos de Poitiers – CRLA)
"Re-criar o espaço de voz do poeta: a memória entre dois mundos"

Maurílio Antonio Dias (UFBA)
"A emergência de um sistema dualista"

Vilma Mota Quintela
"A edição popular no Brasil: o caso da literatura de cordel"

Rosilene Melo (UFPB)
"No início era o verso e o verso se fez carne: considerações sobre linguagem, corpos e poéticas no cordel"

Mediação: Susana Moreira de Lima (SE-DF - EAPE)

Local: Auditório da Biblioteca Central
14h30 às 18h – Mesa redonda
Cordel e análise do discurso

Simone Mendes (UFMG)
"A morte em forma de poesia: comoção, indignação e reivindicação em cordéis midiatizados"

Cláudia Rejanne Pinheiro Grangeiro (URCA-CE / Grupo de Estudos em Análise do Discurso)
"Movimento dos cordelistas mauditos: antropofagia e redicção"

João Bosco Bezerra Bonfim (UnB)
"O gênero do cordel sob a perspectiva da análise de discurso e da linguística sistêmico-funcional"

Mediação: Maria Isabel Edom Pires (UnB)

Outras atividades:

Exposição de cordéis e xilogravuras do acervo de Jeová Franklin
de 24 a 26 de março, no térreo da Biblioteca Central – UnB.

Minicurso "Desconstruir nacionalismos/resgatar identidades regionais", com a Professora Dra. Ria Lemaire (Universidade de Poitiers – França)
de 22 a 24 de março, das 9h às 12h, no Departamento de Teoria Literária e Literaturas - UnB

Apresentação e debate do filme "O romance do vaqueiro voador", com a presença do diretor Manfredo Caldas e de João Bosco Bezerra Bonfim, autor do cordel que inspirou o filme
25 de março, às 19h, Auditório do TEL, UnB.

Serviço:

24 a 26 de março de 2010.
Abertura: Dia 24, às 15h, no Auditório da Reitoria – UnB.
Mesas Redondas: Das 9h às 12h e das 14h30 às 18h, no Auditório da Biblioteca Central – UnB.
Inscrições: no Departamento de Teoria Literária e Literaturas da UnB ou pelo e-mail coloquiocordel@gmail.com
Mais informações: http://gelbcunb.blogspot.com/
Coordenação: Regina Dalcastagnè e Bruna Paiva de Lucena
Organização: Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea
Apoio: Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF)

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terça-feira, 9 de março de 2010

das quadras e outros de Fernando Pessoa

Eu voltei-me para trás,
Para ver se te voltavas
Há quem dê favas aos burros
Mas eles comem favas
Quadras e Outros Cantares, Relógio D'água, Lisboa, 1997
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quinta-feira, 4 de março de 2010

Rosa Morena, de Íris Borges, na Biblioteca Demonstrativa de Brasília: É HOJE!!!


Título: Rosa Morena
Texto: Íris Borges
Ilustrações: Jô Oliveira
Editora: Callis

Após estrear como autora com a Coleção Eu Amo (Escritores, Livros, Ilustradores, Bibliotecas), Íris Borges lança agora mais um livro nascido da paixão pelos livros e pela vida: Rosa Morena, que conta a história de uma menina que ama muitas coisas (ver release, abaixo).
Esperamos vocês lá na Biblioteca Demonstrativa, hoje.


MERGULHE NESSA HISTÓRIA!
Uma menina encantadora, Rosa Morena tem uma infância
repleta de alegria e energia. Curiosa, ela descobre
o mundo ao seu redor. Delicada, ela vive cercada de
muito amor e afeto.
Assim mergulhamos em uma história singela e terna que nos mostra
simplesmente que Rosa Morena



SAIBA MAIS SOBRE QUEM ESCREVEU:
Iris Borges, a autora, nasceu em Coromandel, interior
de Minas Gerais. Teve uma infância livre e feliz,
como a Rosa Morena. Cresceu e se tornou professora,
psicóloga, livreira, contadora de histórias e agente
literária. Pessoas, natureza e livros, são muito importantes
para ela, e mesmo depois de "grande" ela
continua subindo em árvores e gostando muito de se
sentir como criança.
CONHEÇA MELHOR QUEM ILUSTROU:
Jô Oliveira, o ilustrador, nasceu na Ilha de Itamaracá,
e começou cedo nessa carreia, quando aos 6
anos de idade já esboçava seus primeiros desenhos.
Estudou na Escola de Belas Artes (RJ) e também na
Hungria, e logo percebeu a forte influência da cultura
popular brasileira em seus trabalhos. Conquistou
duas vezes o Prêmio Internacional Asiago de Filatelia,
já ilustrou mais de 40 livros, além de Histórias
em Quadrinhos.
POR QUE TER ESSE LIVRO?
• A obra tem ilustrações de Jô Oliveira, um ilustrador renomado
e muito conhecido por sua relação com a cultura
popular, especialmente o cordel.
• Uma ótima opção para a inclusão e exaltação
de afrodescendentes e da cultura
afro na escola e na sociedade.
• Todo o texto do livro é em letra
bastão, excelente para auxiliar
na alfabetização das crianças.


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Rosa Morena, de Íris Borges, na Biblioteca Demonstrativa de Brasília: É HOJE!!!


Título: Rosa Morena
Texto: Íris Borges
Ilustrações: Jô Oliveira
Editora: Callis

Após estrear como autora com a Coleção Eu Amo (Escritores, Livros, Ilustradores, Bibliotecas), Íris Borges lança agora mais um livro nascido da paixão pelos livros e pela vida: Rosa Morena, que conta a história de uma menina que ama muitas coisas (ver release, abaixo).
Esperamos vocês lá na Biblioteca Demonstrativa, hoje.

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segunda-feira, 1 de março de 2010

Adágios da compensação

Para quem muito vê, um olho basta.
Quem muito tem, de que bolso é que vem?
Quem muito esconde, bota onde?
O corrupto que nada escuta tem a mãe impoluta?

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Soldadinho de Chumbo no Catálogo da FNLIJ para Bolonha

Nas histórias recontadas/retold stories, está lá o Soldadinho de Chumbo, da Editora Prumo.

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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

No Reino dos Preás, Rei Carcará na seleção da FNLIJ para Bolonha - 2010

A Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil incluiu, na categoria poesia/poetry, No Reino dos Preás, o Rei Carcará, de Editora Elementar.

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Crença demais nos ditados populares

Acreditavam Arruda e P.O. que "Dinheiro é a chave que destranca toda porta."

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Adagiário popular para Wilson Lima e CLDF

Ninguém se fie em cachorro que fica sozinho da cozinha e nem em Câmara que fica boazinha.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

nesta superquadra perdida

Nesta superquadra perdida,
sem norte, sul ou sudoeste
arruda e p.o. se enredaram,
vítimas da própria peste.

Sabedoria popular em pílulas

(para Arruda e Paulo Octávio): A fortuna é como vidro: tanto brilha como quebra.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O Observatório da Imprensa também sabe onde mora a plutocracia

MÍDIA E A CRISE NO DF
À sombra do escândalo

Por Luciano Martins Costa em 19/2/2010

Comentário para o programa radiofônico do OI, 19/2/2010

A crise política produzida pela revelação de um esquema de distribuição de propinas em Brasília ganha novos e interessantes contornos no final desta semana carnavalesca.

O governador interino, Paulo Octávio Alves Pereira, que, segundo destaca o Globo, chegou a ensaiar três cartas de renúncia, anuncia que vai ficar no cargo, esperando para ver se a Justiça ou qualquer outro poder esotérico o arranca da cadeira. Já sem apoio do seu partido, o Democratas, o vice-governador no exercício não tem grandes ambições políticas, ao contrário do que fazem pensar as notícias dos jornais.

Paulo Octávio se mantém no cargo para tentar salvar seus negócios, totalmente vinculados ao governo do Distrito Federal.

O governador interino, que completou 60 anos de idade em plena crise, no dia 13 passado, sábado de carnaval, construiu seu império de empreiteiras e propriedades imobiliárias nas sombras do poder público. Ele representa a figura do capitalista que vive como parasita do Estado. Aparece nos bastidores de escândalos há duas décadas, desde a eleição do ex-presidente Fernando Collor de Mello, de cuja amizade também se beneficiou. Observar seus movimentos ajuda a entender como funciona a política na capital federal.

O mesmo esquema

Os jornais acompanharam as tentativas de Paulo Octávio de obter algum apoio para seguir no cargo, enquanto se acumulam as evidências de que o governador titular, José Roberto Arruda, terá seu mandato cassado. Sua última grande cartada foi a visita ao presidente da República, de onde esperava sair com algum alento.

Sabe-se que o presidente Lula da Silva não quer o ônus de ser o autor de uma intervenção no governo da capital, e o governador interino esperava alguma declaração que o ajudasse a recompor minimamente a governabilidade para seguir no poder. Mas, apesar de a reunião ter sido a portas fechadas, nada fica secreto na corte, e seu fracasso logo virou notícia.

Alguns dos blogueiros mais influentes de Brasília apostaram, no começo da noite de quinta-feira (18/2), que Paulo Octávio não completaria o fim de semana no governo. Um deles chegou a explicar "por que Paulo Octávio renunciou".

Erraram. Porque acharam que se trata apenas de política.

A motivação de Paulo Octávio não é o poder. É o dinheiro. Ele é apontado como o avalista do esquema coordenado por José Roberto Arruda, que já foi também, por mais de dez anos, o mesmo esquema do ex-governador Joaquim Roriz.

Os negócios da política

O Estado de S.Paulo publica na edição de sexta-feira (19) cópia de uma planilha de computador apreendida pela Polícia Federal, na qual está desenhado o esquema de loteamento de 4,5 mil cargos de confiança na administração do Distrito Federal, com os nomes de padrinhos e apadrinhados e os totais de salários dos cargos comissionados. Os principais beneficiários são deputados distritais. Dos 24 deputados de Brasília, 18 estão na lista, o que explica de certa maneira como funciona o esquema.

Mas a distribuição de cargos não era a única forma de pagamento pelo apoio dos parlamentares. Tinha também a farta distribuição de dinheiro vivo, como ficou provado nos vídeos que foram parar na internet.

Mas ainda não é esse o núcleo e objetivo central do esquema escandaloso. O que, afinal, um empresário bem sucedido, sem necessidade de se expor à execração pública, está protegendo ao permanecer no cargo por uns poucos meses?

O que Paulo Octávio Alves Pereira tenta preservar, e que não aparece explicitamente no noticiário, é o Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal. Essa informação abre a coluna "Painel" da Folha de S.Paulo de sexta-feira, mas o jornal não se estende em maiores explicações.

A mudança no planejamento urbano de Brasília é um velho sonho dos empreiteiros de Brasília. O projeto aprovado em 1997, no governo de Christovam Buarque, era pouco intervencionista. Por isso, o plano diretor foi reformado num dos quatro mandatos do ex-governador Roriz e, finalmente, no governo de Arruda, ganhou os contornos desejados pelo grupo, sendo aprovado pela Câmara Distrital em março do ano passado. Trata-se, segundo a nota da Folha, de uma verdadeira mina de ouro.

A imprensa poderia contar um pouco mais dessa história e parar de fingir que a crise de Brasília é política. Negócios são sempre negócios.

A folha sabe onde mora a plutocracia

Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

São os negócios
Na opinião de quem conhece bem Paulo Octávio, um dos elementos para entender seus movimentos erráticos desde a prisão de José Roberto Arruda é o receio de que a renúncia ao governo, seguida de eventual intervenção, coloque em risco ao menos parte de seus muitos negócios no Distrito Federal.
Mais especificamente, o governador interino teme que o mandatário da faxina venha a revogar o Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal, mina de ouro para as empreiteiras de "PO". Em depoimento à PF, o gravador-geral Durval Barbosa afirmou que cada um dos 19 votos para aprovar o Pdot na Câmara Distrital custou até R$ 420 mil. O Ministério Público do DF tenta anular a votação.




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Fluxo de caixa. Além do possível prejuízo aos negócios, preocupa Paulo Octávio a perspectiva de, uma vez fora do cargo, ver seus bens bloqueados pela Justiça. (do Painel de 19/2/2009)

Ainda a voz do dono


Se o Correio Braziliense tem sido pródigo em proteger Arruda, o mesmo não ocorre com P.O. Nesse episódio de já-vai-tarde da renúncia, tem colocado o desafeto e competidor de Arruda em imagens desfaforáveis. Quanta desconsideração com o dono das Organizações Paulo Octávio, que tanto investe em propaganda no diário dos Diários Associados. Acho que nem o velho Chatô, no auge de seus achaques a Getúlio, comportou-se de maneira tão explicitamente parcial.


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J3

O dia em que PO perdeu a chance de pedir para obrar e não voltar mais

Quem diria que o incorporador/ em sua faina patriótica/ abriria mão, sem mais/ da governança despótica? Há razões, mas não abertas/ desse gesto estrambótico?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sobre a renúncia à renúncia de Paulo Octávio

O burro que empaca e segue/ não continua nem fica/ é como profeta mudo/ que da profecia duvida./ Ou ele quer mais dinheiro/ ou fazer uma obra épica.

pós-carnaval

Os jornais falam e estampam
as musas do carnaval,
lembrando-nos a riqueza
desse pátrio festival;
porém, seu silêncio áureo,
a custo de cabedal
não esconde a guerra podre
que grassa, fera, infernal:
a colher, bem seletiva,
os pobres deste País,
com a pena capital.

Qualquer um, menos o patrão

O Correio Braziliense de sábado último, ao estampar a foto dos deputados meliantes e exigir punição a eles, parece assumir uma postura cada vez mais subserviente a Arruda. Tipo assim: já que ele foi preso, os outros precisam ser punidos também.
C M YK
C M YK
32 • Cidades • Brasília, sábado, 13 de fevereiro de 2010 • CORREIOBRAZILIENSE
» LUÍSA MEDEIROS
» SAMANTA SALLUM
Menos de 24 horas depois
da prisão do governador
afastado José
Roberto Arruda (sem
partido) e do pedido de intervenção
federal em Brasília, a base
aliada do governo na Câmara Legislativa
está se desmanchando.
A defesa feroz do governador não
faz mais parte do discurso dos
deputados governistas. Quem
não é citado nas denúncias da
Caixa de Pandora ou na suposta
tentativa de suborno de Edson
Sombra prefere ficar longe da
crise. Depois da sucessão de decisões
judiciais atingindo o Executivo
local, o clima que paira na
Casa é de temor. Para evitar o
pior, deputados decidiram mostrar
serviço. Fazem parte da agenda
pós-carnaval a aprovação dos
pedidos de impeachment do governador,
a composição da CPI
da Codeplan e a análise dos processos
de quebra de decoro parlamentar
de oito distritais.
O comportamento volátil dos
distritais da base aliada deu sintomas
claros ontem. Após reunião
de quatro horas na presidência
da Casa com a presença
de 14 deputados, o relator da Comissão
de Constituição de Justiça
(CCJ), Batista das Cooperativas,
até então vice-líder do governo,
anunciou que vai apresentar na
próxima quinta-feira relatório
pela aprovação dos três pedidos
de impeachment
contra
Arruda. Batista sempre defendeu
que a comissão deveria analisar o
mérito da questão e não apenas a
admissibilidade dos pedidos de
impedimento do governador. A
tese abria a possibilidade de os
pedidos serem arquivados na
CCJ e não passarem pela Comissão
Especial, como prevê a legislação
federal que regulamenta o
impeachment. A postura do governista
e amigo do governador
afastado mudou com os recentes
acontecimentos políticos. “Li e
interpretei 12 mil páginas para
dar um parecer pela admissibilidade
dos pedidos”, contou.
O relatório dos pedidos precisa
ser apreciado pelos cinco integrantes
da CCJ. A saída de Geraldo
Naves (DEM) da Câmara Legislativa
— que se entregou ontem
à PF — deixou vaga a presidência
da comissão, que deverá
ser preenchida por Paulo Roriz
(DEM). Caso sejam aprovados, os
pedidos serão encaminhados para
a Comissão Especial, cuja composição
pode ser definida na próxima
semana. Não há certeza se
os parlamentares respeitarão os
prazos determinados por lei (veja
arte). Integrante da CCJ, Paulo Tadeu
defendeu que a Comissão Especial
aprecie os pedidos assim
que chegarem. Agora, ele acha
possível acelerar os trabalhos. “A
prisão do governador e o pedido
de intervenção fizeram com que
os parlamentares mudassem de
posição”, constatou o petista.
Interesses
A verdade é que está difícil encontrar
na base governista quem
queira se expor defendendo os
interesses de Arruda. Não há candidatos,
por exemplo, para preencher
as vagas na CPI da Codeplan
abertas com a saída de Alirio Neto
(PPS) e de Geraldo Naves. Assim,
os nomes de José Antônio
Reguffe (PDT) e de Jaqueline Roriz
(PMN) devem ser indicados
como os novos membros. “Só entro
na CPI se for para investigar a
fundo, não vou participar de jogo
de cena”, disse Reguffe.
O corregedor da Casa e amigo
de Arruda, Raimundo Ribeiro
(PSDB) — que leu a carta de
afastamento do governador na
última quinta-feira —, vai passar
o carnaval analisando o inquérito
do STJ com as denúncias da Operação
Caixa de Pandora. “Não sei
os outros, mas sou coerente e
meu comportamento continua o
mesmo. Nunca me coloquei como
governista nem como oposição”,
comentou Ribeiro. Em 26 de
fevereiro, ele entregará o relatório
para abertura ou não de processo
disciplinar na Comissão de Ética
contra os oito deputados envolvidos
nas denúncias. Antes da prisão
de Arruda, havia forte pressão
para que a comissão arquivasse
os processos ontem mesmo. Mas
o presidente da Comissão de Ética,
Bispo Renato (PR), bateu o pé
e se negou a aceitar a proposta.
O deputado Paulo Roriz (DEM),
recém saído da secretaria de Habitação,
está mais independente
depois da ordem do DEM de se
descolar do governo Arruda. Ao
sair do GDF, era a esperança de Arruda
para reforçar a tropa de choque
na Câmara. Mas já não demonstrava
disposição para ser escudeiro
do governador afastado.
CAIXA DE PANDORA
Opinião do internauta
Leitores do Correio
comentaram no site a
decisão do ministro
Marco Aurélio Mello, de
rejeitar o pedido de
habeas corpus do
governador afastado José
Roberto Arruda. Veja
algumas opiniões:
Clovis Hachuy
“Parabéns ao ministro
Marco Aurélio. Não
poderíamos esperar outro
resultado de seu
julgamento. Mostra para
o povo e para o mundo
que o STF é
independente. Não julga
sob pressão.”
Francisca Silva
“Intervenção, não.
Precisamos terminar as
obras. Agora todo mundo
é santo. A polícia tem que
investigar desde o
governo passado.
Ninguém é santo, nem o
Sombra.”
Eliseu Lima
“Parabéns aos dignos
senhores juízes. Merecem
toda a nossa admiração e
consideração por fazerem
valer a lei brasileira. Eu
achava que era só pobre
que ia para na cadeia.
Mas Vossas Excelências
me mostram que a lei é
para todos e que
ninguém está
acima dela.”
Helder Silva
“Ainda não é hora para
comemorar, afinal de
contas, não é só no DF
que existe corrupção. A
corrupção está
entranhada em todos os
estados e prefeituras do
nosso país, nas quais os
chefes do Executivo
compram o apoio dos
membros do Legislativo.
O pior de todos são os
parlamentares que
traem o povo.”
Eduardo Aguiar
“Fica, Arruda, na cadeia.”
Sérgio Torquato
“Só o Judiciário mesmo
para fazer alguma coisa.”
Alisson Silva
“No Planalto Central,
perto do VLT, um mineiro
de Itajubá viu o sol
quadrado amanhecer…
Complete esse sambaenredo.”
Carlos Guilherme
Vasconcelos
“E os demais deputados
distritais que ganharam
dinheiro com a
quadrilha? Vamos colocálos
na cadeia também.”
Joaquim Aragão
“Agora, sim, temos
perspectivas de
comemorar os 50 anos.”
Mário Luiz Itaborahy
“Parabéns, senhor
ministro Marco Aurélio.
Só torço, agora, para seu
par, Gilmar Mendes, mais
uma vez, não desmandar
sua decisão”
Rafael Tavares
“Só falta a intervenção
federal, já que está tudo
uma bagunça.”
Redyaj Silva
“Não podemos esquecer
desses deputados distritais
que defendiam o Arruda.
Vamos trabalhar para que
nenhum consiga a
reeleição.”
Luiz Carlos Tanaka
“Alguma coisa está
mudando neste país.”
Após três dias de varredura nos
gabinetes de deputados da Câmara
Legislativa, os agentes da
Departamento de Atividades Especiais
(Depate) da Polícia Civil
do DF não encontraram nada que
comprovasse a prática de escutas
ambientais e grampos telefônicos
ilegais na Casa. Há 10 dias, os policiais
goianos Luiz Henrique Ferreira
e José Henrique Dares Cordeiro
foram detidos na saída sul
de Brasília por suposta prática de
arapongagem nas dependências
da Câmara. Os dois pertencem à
Delegacia Estadual de Repressão
a Narcóticos (Denarc) e estavam
na capital sem o conhecimento
da corporação de Goiás. Eles citaram,
em depoimento, que o exfuncionário
da Câmara Francisco
do Nascimento Monteiro os teria
contratado, supostamente a mando
do governador afastado José
Roberto Arruda.
Segundo o delegado Fábio
Souza, responsável pela varredura,
foram vistoriados os gabinetes
dos 24 distritais, da presidência
e vice-presidência da Casa,
da liderança do PT e da segunda-
secretaria da Mesa Diretora.
“Não foi encontrado nada”,
garantiu. Sobre a possibilidade
de os arapongas terem retirado
os grampos durante a semana
que se passou depois da detenção
dos policiais goianos, o delegado
disse que a polícia do DF
agiu assim que foi acionada. “Começamos
a varredura assim que
fomos solicitados pela presidência
da Casa”, afirmou. Para localizar
os equipamentos clandestinos,
os policiais usaram um detector
de semicondutor, capaz
de encontrar microfones e outros
metais, e telescópios. Um relatório
com o resultado do trabalho
será entregue ao presidente
da Casa, Wilson Lima (PR). (LM)
Sem vestígio de grampos
Deputados da situação não adotam
mais uma postura tão pró-Arruda.
Depois do carnaval, processos
de impeachment deverão andar
Leonardo Prudente (sem partido)
Aparece em dois vídeos gravados por
Durval Barbosa. Num deles, recebe
dinheiro e guarda em todos os
bolsos e nas meias. Em outro, reza
pela vida de Durval. Também é
citado em conversas como
beneficiário de contratos com o
governo e de pagamentos
mensais de R$ 50 mil. Devido às
denúncias, renunciou à Presidência da
Câmara de Legislativa.
Eurides Brito (PMDB)
Aparece em vídeo gravado por Durval
recebendo maços de dinheiro,
durante a campanha de 2006, e os
guarda na bolsa. A deputada é
também citada em depoimento de
Durval como beneficiária de
pagamento mensal no valor de R$ 30
mil em troca de apoio para o
governador.
Alvos de denúncias
Júnior Brunelli (PSC)
Foi filmado recebendo um
maço de dinheiro de Durval
na campanha de 2006. O exsecretário
de Relações
Institucionais também
declarou em depoimento
que Brunelli recebia mesada
no valor de R$ 30 mil desde
2002. Ele é o autor da
Oração da Propina, que ficou célebre
Benício Tavares (PMDB)
Em depoimento, Durval
Barbosa disse que Benício
Tavares recebia R$ 30 mil
ainda no governo anterior,
para favorecer a
candidatura de Arruda.
Ele também foi alvo de
vídeo gravado por Durval,
mas não aparece
recebendo dinheiro.
Rôney Nemer (PMDB)
Citado em conversa
gravada em que o
então chefe da Casa
Civil, José Geraldo
Maciel, diz que ele
recebia R$ 11,5 mil do
assessor de imprensa
Omézio Pontes.
Rogério Ulysses
(sem partido)
Citado em conversa
em que o então chefe
da Casa Civil, José
Geraldo Maciel, disse
que pagava R$ 50 mil
para o deputado, que
ainda recebia R$ 10
mil do assessor de imprensa Omézio
Pontes. Além disso, ele foi alvo de ação de
busca e apreensão em sua casa e no
gabinete na Câmara Legislativa.
Aylton Gomes (PR)
Citado em conversa em
que o então chefe da
Casa Civil, José Geraldo
Maciel, disse que pagava
a ele R$ 30 mil.
O deputado, segundo
o diálogo, ainda
recebia R$ 10 mil
de Omézio Pontes.
Benedito Domingos
(PP)
Em depoimento, Durval
Barbosa disse que
Benedito recebeu R$ 6
milhões para apoiar a
campanha do governador
Arruda. Ele também é
citado em conversa de
José Geraldo Maciel como beneficiário de
dinheiro que lhe seria entregue pelo
conselheiro Domingos Lamoglia.
Confira os deputados distritais, em exercício de mandato, podem ser processados por quebra de decoro parlamentar:
Batista: pela admissibilidade dos pedidos de impeachment
Policiais civis do DF fizeram varredura em toda a Câmara Legislativa
A fuga dos distritais aliados
Carlos Moura/CB/D.A Press
Carlos Silva/Esp. CB/D.A Press
Fotos: Carlos Moura/CB/D.A Press
Cadu Gomes/CB/D.A Press - 15/12/09
Carlos Vieira/CB/D.A Press - 11/9/08
Carlos Silva/Esp. CB/ D.A Press - 10/12/09