segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

De oradores e orações

No dia seis de fevereiro
De mil seiscentos e oito
Nasceu o Padre Vieira
Astuto, sutil, afoito

Quatrocentos e um anos
Se foram desde essa data
Mas nenhum outro Vieira
Teve a mesma voz exata

Uns, descrentes que são
Tonitroam suas bravatas
Outros, sem alma na voz
Só sabem é bater latas

Quatrocentas voltas dá
Em sua retumbante tumba
Ao ouvir a cantilena
Menos da voz que da bunda

Que emitem, urubus
Cada falsa indignação
Putrefata a verter pus
Não da boca, mas dos cus

Peidorreira malsinada
De quem comprou o mandato
Pois não tinha força ou voz
Para sair candidato

Oh, Vieira que a videira
Que deu tão vinhoso fruto
Agora só acha de dar
Esses desgracidos putos!


João Bosco Bezerra Bonfim