No dia seis de fevereiro
De mil seiscentos e oito
Nasceu o Padre Vieira
Astuto, sutil, afoito
Quatrocentos e um anos
Se foram desde essa data
Mas nenhum outro Vieira
Teve a mesma voz exata
Uns, descrentes que são
Tonitroam suas bravatas
Outros, sem alma na voz
Só sabem é bater latas
Quatrocentas voltas dá
Em sua retumbante tumba
Ao ouvir a cantilena
Menos da voz que da bunda
Que emitem, urubus
Cada falsa indignação
Putrefata a verter pus
Não da boca, mas dos cus
Peidorreira malsinada
De quem comprou o mandato
Pois não tinha força ou voz
Para sair candidato
Oh, Vieira que a videira
Que deu tão vinhoso fruto
Agora só acha de dar
Esses desgracidos putos!
João Bosco Bezerra Bonfim